BATMAN: ANO UM

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiRQ-0IGK1X5WcnyFN4-rkaxdrtRNBCIOsSi2B_KeEoK6KMAZEM5dMW0Mp-1IGdCPxF3AAm-kpAwMk3iwpFoe2c5e4XVe4U9pL2iNOqj-IdVFKm7ZHXOFx8lc3oZIcgD1K9sJ6Fx8OEgc/s400/Bat_man+-+ano_um-CAPA_PhotoRedukto.jpg

EDIÇÃO DEFINITIVA
by FARRA

Batman - Ano 1 reformula a origem do Homem-Morcego mostrando as primeiras aparições do herói na visão de Frank Miller.

Após o sucesso de O Cavaleiro das Trevas, esta história consolidou o Batman como o personagem sombrio que é hoje.

Se você nunca leu nada do Morcego, mas gostou de Batman Begins, com certeza, adorará esta história e verá que praticamente tudo de bom no filme foi tirada dela.

É difícil analisar esta edição de modo imparcial, como ela teria sido quando foi lançada, em 1987, pois hoje ela é um clássico que consolidou o que havia de melhor sobre o Batman em uma origem definitiva, até hoje base para o personagem.

Junto com O Cavaleiro das Trevas, também de Miller, esta saga sobre o primeiro ano do Morcego teve um grande impacto para os leitores da época. Hoje, alguns desses fãs trabalham com quadrinhos e têm suas histórias inevitavelmente influenciadas e comparadas a esses clássicos.

A narrativa entrecortada que fica alternando de narrador entre o então tenente James Gordon e um Bruce Wayne em busca de seu caminho na vida, dá o equilíbrio entre duas visões distintas de Gotham; duas idéias de justiça; duas trajetórias seguidas por dois homens tão distintos, mas com o mesmo objetivo: combater o crime.

Os pensamentos dos dois narradores são a melhor parte da trama. Aliado a isso, um dos pontos altos são as páginas de Bruce Wayne, sempre com poucos diálogos, retratando a solidão e o tormento de um homem que tem como única companheira uma consciência que o tortura pelo seu trágico passado, obrigando-o a fazer alguma coisa.

Para completar, Frank Miller usou essa história para contar a origem da Mulher-Gato (depois mudada outras vezes) e retratar a relação entre Batman e o promotor Harvey Dent, que seria transformado no vilão Duas-Caras.

Todo esse bom trabalho de Miller foi acompanhado pela incrível arte de David Mazzucchelli. Observando seus desenhos no posfácio, nota-se que ele também sabe fazer um estilo "tradicional", mas optou pelo diferente, uma forma que retratasse o sombrio universo de Gotham e seus personagens.

Além do estilo marcante, a narrativa foi muito bem orientada por Frank Miller, mantendo uma ótima dinâmica e produzindo ótimas cenas em preto-e-branco ou sem cenários, como a cena em que o bandido foge enquanto Bruce está ajoelhado entre seus pais morto.

A edição nacional realmente merece o título de versão definitiva. Muito bem acabada, com interessantes textos adicionais e vários extras que mostram a arte de David Mazzucchelli, além de um pôster. O material teve o tratamento que merecia.

É um clássico da década de 1980 e esta edição de luxo é praticamente obrigatória para qualquer colecionador.

Comentários